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Vida Financeira: Controle de Gastos


Não importa qual artigo ou referência sobre o tema de finanças pessoais você leia, todos irão dizer que o primeiro passo para organizar sua vida financeira é anotar seus gastos. E tal indicação é lógica, afinal não se pode controlar nada sem conhecer. E quanto mais souber sobre seus desembolsos, melhor será sua capacidade de dominar e planejar.

É muito comum que as pessoas cheguem ao final do mês sem dinheiro e não consigam identificar para onde foram suas receitas. Vivem enroladas em dívidas, cheque especial e cartão de crédito sem terem a menor ideia do quanto e em que gastaram.

Assim, o primeiro passo é responder à pergunta: “como estou usando meu dinheiro”.

Se é importante anotar seus gastos, mais ainda é classificá-los. Claro que existem diferenças individuais, mas existem classes gerais de desembolsos que se aplicam a todo mundo.

A primeira classificação tem a ver com a periodicidade. Existem aqueles pagamentos que temos todos os meses e quase sempre em valores pouco variáveis, tais como: aluguel, mensalidade escolar, condomínio, energia elétrica e convênio médico. Ou seja, são aquelas despesas cujo compromisso é de longo prazo e de difícil alteração, normalmente sofrendo alteração quando de alguma renegociação ou correção, como o aluguel ou a mensalidade escolar. Apesar de poder ter seus valores alterados ou diferentes do mês anterior, podemos chama-las de FIXAS; no sentido de que são bastante rígidas e dificilmente consegue-se alterar a periodicidade ou o valor.

Observação: não entrarei aqui sobre a diferenciação entre custo, despesa e investimento, e nem farei questão de aprofundar as questões do que é fixo e o que é variável em termos contábeis. Espero que entenda os conceitos de maneira generalizada: como uma proposta de separação dos seus desembolsos e pagamentos por alguns tipos ou classes.

A contrapartida das despesas FIXAS (DF) são as despesas VARIÁVEIS (DV). Nestas estão as de grande variação mensal e maior controle tais como: supermercado, combustível, despesas mecânicas, farmácia, etc.

Para completar essa proposta de classificação, será preciso levar em consideração outros elementos.

Primeiramente vamos avançar pelo conceito de CUSTEIO. Entendamos tal definição como incluindo as despesas fundamentais para sua sobrevivência: aquelas sem as quais sua vida e/ou seu futuro ficam ameaçadas, que até poderiam ser eliminadas, mas seria como cortar a carne, não a gordura (em termos mais populares). Vou exemplificar: você vive sem ir ao cinema, mas não vive ser comprar comida; você passa bem sem viajar, mas se deixar de abastecer seu carro, caso use-o para trabalhar, talvez haja muitas dificuldades no seu dia.

Classifique como despesas FIXAS e VARIÁVEIS as que se encaixarem, para você, no conceito de CUSTEIO. Aquelas que não são tão essenciais, certos luxos e excessos, que são eventuais e sem grandes compromissos de valor ou periodicidade, chamemos de DIVERSAS (DD). Exemplos de DD: cinema, jantar, viagens, festas, livros, lazer e cultura de uma forma geral, doações, e muitas outras. Cada um sabe o que em sua vida está mais para supérfluo do que para fundamental.

As duas últimas classes relacionam-se aos INVESTIMENTOS e às despesas FINANCEIRAS. Utilize DI, Desembolsos de Investimento, para suas aplicações financeiras, poupança, financiamentos (imobiliário ou de veículos) e também para suas aquisições de valores mais altos (geladeira, cama, TV, computador, etc.).

Quando pagar juros de qualquer espécie ou um imposto como IOF, IPVA ou Imposto de Renda (entre os muitos que pagamos), sugiro que use a sigla DF, ou seja, Desembolsos Financeiros. Também nesta classe você deve incluir alguma renegociação de dívida que tenha.

Em resumo remos o seguinte:

Classes de Desembolsos/Pagamentos:

5000 - FIXOS

6000 - VARIÁVEIS

7000 - DIVERSOS

8000 - FINANCEIROS

9000 - INVESTIMENTOS

Essa numeração é, obviamente, customizável, mas ela será bastante útil, principalmente se vier a utilizar uma planilha de cálculo para fazer seus lançamentos.

Em um próximo artigo, vamos nos aprofundar nessa questão de classificação dos seus pagamentos.


Conrado Ramazini
Perito Contábil
CRC SP260301

Formado em Ciências Contábeis (2011), atuando como Perito Contábil Assistente e Judicial desde 2012, após diversas experiências nas áreas financeira e administrativa.

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